Translate

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

é bastante engraçado

DINHEIRO VIVO

Se eu aparecer no meu banco com cinco mil euros em notas, o banco faz duas coisas: não aceita o depósito e notifica o Banco de Portugal. Presumo que também notifique a Autoridade Tributária. E é suposto o BdP avisar a polícia. Mas se esta notícia for correcta, os “grandes devedores” da Segurança Social podem aparecer lá com um milhão de euros (ou mais) em dinheiro vivo. Ah! A Colômbia, perdão, a Sicília aqui tão perto.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

JUDITH- o nome da minha querida avó


e voltamos sempre ao mesmo

encontrado na NET

UM EXEMPLAR FALHADO DA ESPÉCIE


[...]


2


Suicido-me devagar a pão com queijo, vinho tinto, cigarros e solidão. Bem sei que podia comprar sopa, já que não a faço. Podia também comprar um microondas, serviria para aquecer a sopa e ainda preparar refeições pré-cozinhadas. Não se trataria de um grande passo, do ponto de vista do destino da humanidade, mas significaria ao menos comida quente no prato. Podia até casar-me, segundo o juízo optimista da minha mãe, e desse modo adquirir tudo isto num pacote bonificado, diminuindo o custo de cada um dos artigos individualmente considerados. Está tudo certo, por conseguinte, eu errado. Determinam os factos, no entanto, que o casamento é para mim um caso semelhante ao do microondas, ou seja, uma circunstância de que não suporto o ruído e, não serei eu que o anuncie, se há coisa que ninguém pode é ser aquele que não é (assim se desmorona um admirável plano, ignorando as esperanças da minha mãe). Resta acrescentar que nada há de heróico no meu gesto, nem eu me ocupo já de o iludir. É a mão que tenho (e a que não tenho). O prato que recuso (e o que aceito). Pão com queijo, vinho tinto, cigarros e solidão, cumpro-me no que sou: um exemplar falhado da espécie.

de Jorge Roque